Nunca uma moeda nacional teve tão pouco valor em comparação com as principais moedas. Esta sexta-feira, 1 dólar já vale 705,5 Kz, enquanto 1 euro vale 772,3 Kz, segundo o câmbio médio do BNA. O fosso entre o formal e o paralelo está a aumentar, nas kinguilhas 1 dólar é vendido por 720 Kz, enquanto o euro já ultrapassou os 800 Kz. Como resultado, o Kwanza atingiu o fundo do poço e atingiu o nível mais baixo de todos os tempos em relação ao dólar americano, tornando-se a moeda africana com pior desempenho no ano.
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A moeda nacional mantém um ritmo acelerado de desvalorização, com o dólar a quebrar a barreira psicológica dos 700 kwanzas no mercado oficial. A partir de sexta-feira, a nota de dólar já valia 705,5 kwanzas, uma desvalorização de 28% no mês, segundo cálculos do Expansão.
Pelos dados do Banco Nacional de Angola (BNA), pode-se notar que a cotação média do dólar passou de 507,7 Kz em 11 de maio para 705,5 Kz em 16 de junho, o que representa uma desvalorização de 28% da moeda nacional. O euro passou de 553,8 KZ para 772,3 KZ. Nesta sexta-feira, o dólar valia mais CZK 219 do que no mês anterior, enquanto o euro valia mais CZK 198. Os números estão a escorregar não só no mercado formal, mas também no paralelo, porque esta sexta-feira o dólar já ronda os 720 KZ e o euro cerca de 840 KZ na kinguila.
O Kwanza chegou assim ao fundo do poço e atingiu o mínimo histórico face à moeda norte-americana, superando o período da pandemia de Covid-19 em que cada dólar valia Kz 661,9 a 30 de outubro de 2020, sendo a moeda africana com melhor desempenho este ano.
Na prática, a taxa de câmbio segue as regras do mercado, ou seja, quando a procura excede a oferta, o kwanza desvaloriza face ao dólar. O problema surgiu quando o Tesouro, por meio do Tesouro Nacional, saiu abruptamente da plataforma Bloomberg FXGO e não informou ao mercado quando ocorreriam novas vendas, acabando por contribuir para um ciclo de desvalorização ou especulação com a moeda nacional. .
Conforme apurou o Expansão, as trocas de dólar para kwanza são actualmente realizadas apenas por empresas petrolíferas que têm trocado a moeda norte-americana pelos licitantes mais elevados, contribuindo para a desvalorização do kwanza.
Na semana passada o BNA colocou cerca de USD 400 milhões na plataforma e estes foram integralmente adquiridos pelos bancos a preços de mercado. Sabe-se que apenas uma intervenção foi feita pelo Tesouro em maio, não sendo esperadas novas intervenções no curto prazo. Isto deve-se em parte ao facto de no primeiro trimestre Angola ter necessitado de mais divisas para o serviço da dívida, que foi muito elevada durante este período.
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